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segunda-feira, 30 de março de 2009

O fim de Clarisse




O fim de Clarisse

Aqueles olhos de medo
Aqueles olhos de fome
O silêncio absurdo,
O desejo infame

Aqueles olhos...
O olhar ao vago luar
E as cicatrizes,
Soluçantes

A porta trancada por dentro
E o cheiro,
Perturbante

As faces em puro vermelho
Encharcadas,
De sangue.

(Jessica Lobato)

segunda-feira, 23 de março de 2009

S.O.S Global World¹



Não gosto do Brasil do Lula
Não ligo pra Cuba do Fidel
Não quero o EUA do Obama
Nem me refiro ao truste e cartel.

Não sei o que se passa com Chavéz
Não vivo a vida de Bill Gates
Não me importo com Evo Morales
Nem ouvi falar da queda de Berlim

Não conheço as teorias de Sócrates e Platão
Não sei o que disse Marx e Engels
Não me apresentaram a psicanálise de Freud
Nem sei pra que serve a globalização

Não vi Guernica do Picasso
Não li historias de Shakespeare
Não ouvi as sinfonias de Beethoven
Nem me contaram do homem no espaço

Não raciocinei a queda das torres
Não liguei pra nenhuma invasão
Não reparei o aumentar dos preços
Nem sei da minha posição

A TV está no modo automático
O rádio só toca música da estação
O jornal ficou no banheiro jogado
E eu ainda acho que sou cidadão

(1) Um pedido de socorro ao mundo global


(Jessica Lobato)

sábado, 21 de março de 2009

Um antigo amor



Hoje eu me lembrei de um antigo amor. Não foi o primeiro ou o ultimo, não foi o mais importante ou o menos importante, foi tão somente e apenas um amor como todos são: únicos e inclassificáveis.
Foi a saudade que me trouxe essa lembrança, não falo da saudade melancólica ou da saudade arrependida e sim da saudade pura e inocente, que todos nós deveríamos guardar. Aquela que chega madura, quando já nos conformamos com o passado e apenas os bons momentos são importantes a lembrança.
Mas nem tudo é tão simples assim, toda vez que um amor se vai ele deixa um “certo” vazio, e conseqüentemente abre espaço para um novo amor, de onde se formam as mesmas duvidas, as mesmas ilusões, os mesmos medos; é como se tudo voltasse á tona. Quem ama muito ou já amou me entende, pois um amor não acaba ele só adormece e quando um amor é adormecido, outro pode acordar ou nascer a qualquer momento.
Cada amor é único, isso é fato... Mas as duvidas... As duvidas são sempre as mesmas e eu sempre no desespero volto ás mesmas perguntas.
Quantos amores eu ainda terei? Quantos lábios eu ainda beijarei? Quantos sonhos eu ainda alimentarei? Ah... Isso eu não sei. Mas hoje não me importo, pois hoje me lembro daquele amor... E me lembro com saudade, essa saudade conformada e pura que eu já contei a vocês, essa saudade das lembranças.
Esse texto é como uma lembrança de um amor: não se importam mais os fatos, a lógica, nem o que ficou pra trás ou vai acontecer; é apenas o sentir, as emoções remotas se desencadeando em um vago desconexo do meu ser. E esse sentir sem valor ao tempo transmitido ao texto que nada mais é se não o meu reflexo romântico infantil.
Assim como um texto um amor não acaba, ele adormece quando deixa de ser escrito, e passa a vagar no mundo dos sonhos, onde o tempo, senhor da realidade e inimigo dos que não vivem em vão, não existe. O tempo é uma invenção de quem não sonha para nos impedir de contagiar e fantasiar o mundo. Mas até pra quem vive em constante realidade o tempo de um amor é diferente, ele é imprevisível, incontrolável e contagiante, é como o tempo dos sonhos ou do mundo das fadas, nunca passa e passa sempre, e sempre trás junto de si quando adormece a saudade.
A saudade sim é real, ela vem pra todos que já amaram de verdade e nunca acaba nem adormece, não tem tempo, realidade ou ilusões que a confunda, ela está sempre ali consumindo um pouco de nós! Pra saudade é sempre tempo como para tudo que se foi, mas já mereceu estar aqui. É com a saudade que vivemos a todo o momento e temos tanta dificuldade de nos acostumar, ela está sempre de volta, como qualquer antigo amor.
Espero que um dia todos os meus amores venham a ser como esse, sem magoas, sem rancores, deixado pra trás e ao mesmo tempo lembrado com carinho pelas lembranças contínuas.

(Jessica Lobato)

quinta-feira, 19 de março de 2009

O silêncio


O silêncio diz

O silêncio muda

O silêncio transforma

O silêncio machuca


O silêncio agrava

O silêncio cura

O silêncio distrai

O silêncio permuta


O silêncio agride

O silêncio maltrata

O silêncio inflige

O silêncio trapaça


O silêncio se faz

O silêncio não conta

O silêncio refaz

O silêncio assombra


O silêncio adormece

O silêncio acorda

O silêncio escurece

O silêncio bate à porta


O silêncio mistério

O silêncio inssolúvel

O silêncio secreto

O silêncio obtuso


O silêncio o mesmo

O silêncio silêncio

O silêncio dicíonario

O silêncio pensamento


O silêncio sem fim

O silêncio em fim

O silêncio quebrado

O fim do silêncio, se diz


E tanto silêncio pra que?

E tanto silêncio, porquê?

Pois bem,

O silêncio diz mais

O silêncio me tem.


E o que tem o silêncio?

O silêncio tem a duvida

O silêncio tem o medo

O silêncio tem resposta

O silêncio tem segredo

O silêncio, mundo de oportunidades

O silêncio receio.


(Jessica Lobato)

terça-feira, 17 de março de 2009



"Amar não é olhar um para o outro, é olhar juntos na mesma direção."

Hoje meu poema é dedicado aos que assim como eu, sonham. E com fé têm esperança naquilo que acreditam.

"Com as lágrimas do tempo e a cal do meu dia eu fiz o cimento da minha poesia."




Na boca dos sonhos

Eu me alimento dos opostos,
Da inconstância,
Do silêncio do mundo,
Dos desejos de criança.

Eu me alimento da alegria
Dos belos propósitos
Da ilusão, fantasia
Dos pensamentos ideológicos.

Eu me alimento da primavera,
Dos devaneios infantis,
Dos desejos guardados,
Das coisas que agente não diz.

Eu me alimento da fé
Da esperança que não morre
Da vontade incessante
Do que agente quer.

Eu me alimento da simplicidade
Dos complexos distintos
Do pensamento positivo
Da paralela realidade.

Eu me alimento do carinho
Da simples saudade
Do querido ombro amigo,
Do viver em caridade

Eu me alimento dos amores
Das mentiras, dores
Das juras sem fim
Do egoísmo sem maldade

Eu me alimento do pensamento
Das loucuras ao vento
Do que vou sentindo
Do sempre aprendendo.

Eu me alimento das palavras
Do intenso, ser
Dos pequenos detalhes
Da loucura do dizer

Eu me alimento do mundo
Da esperança no próximo
Dos olhos que brilham
Do continuo crescer

Eu me alimento do eu
Da minha essência
Do que vislumbram meus olhos
Do reflexo no espelho

Eu me alimento...

(Jessica Lobato)

domingo, 15 de março de 2009

Mais um poema

Para lembrares de mim

Para lembrares de mim:
Floresço rosas no outono,
Exagero sentimentos românticos,
Finjo ser alguém bem melhor.

Para lembrares de mim:
Crio lágrimas de tristeza
Planejo sonhos de brincadeira
Invento um lugar além.

Para lembrares de mim:
Ilumino o dia mais nublado,
Renovo qualquer sentimento despedaçado,
Desdobro o tempo pra não passar.

Para lembrares de mim:
Confio falsos segredos,
Escondo meus mais profundos medos,
Percorro a pé cada hemisfério.

Para lembrares de mim:
Minto com as mais belas frases
Faço um poema de esquina virar verdade
Viro pessoa de um só amor.

Pessoa de um só amor que sempre ama,
Cada segundo: esperança
Tudo isso apenas,
Para que me tenhas na lembrança.

(Jessica Lobato)

quinta-feira, 12 de março de 2009

Continuando


" Perguntei-me quanto tempo aquilo ia durar. Talvez um dia, anos mais tarde - se a dor diminuísse a um ponto que eu pudesse suportar - , eu fosse capaz de olhar o passado, aqueles poucos meses que sempre seriam os melhores de minha vida. E, se fosse possível que a dor se atenuasse o suficiente para me permitir isso, eu tinha certeza de que me sentiria grata pelo tanto que ele me dera. Fora mais do que eu pedira, mais do que eu merecia. Talvez um dia eu conseguisse ver os fatos desse modo.

Mas e se esse buraco jamais melhorasse? Se as bordas feridas nunca se curassem? Se os danos fossem permanenter e irreversíveis?..."


Página 94, Lua Nova, Stephenie Meyer





Só quero um amor tranqüilo

Só quero um amor tranqüilo,
Que me encante em cada canto
Desse vasto mundo vazio.

Só quero um amor tranqüilo,
Que me realize singelos sonhos
Antes tão adormecidos.

Só quero um amor tranqüilo,
Que mesmo longe com a saudade
Nunca seja esquecido.

Só quero um amor tranqüilo,
Que me complete cada momento
Pelo simples incompreendido.

Só quero um amor tranqüilo,
Que eu confie sem receios
Nem medo do iludido.

Só quero um amor tranqüilo,
Que mesmo em dias tristes
Saiba o valor de um sorriso.

Só quero um amor tranqüilo,
Que tenha a maturidade de um sábio
E um coração de menino.

Só quero um amor tranqüilo
Próprio por si só, de definição inútil,
Livre e continuo
Em cada sentido.

(Jessica Lobato)

domingo, 8 de março de 2009

O Começo

Bem vindos
É com muito carinho que começo esse meu "cantinho" onde poderão acompanhar os meus passos nesse treinamento literário sem fim. Peço desculpas se deixar passar algumas coisas mas aos poucos tentarei passar a vocês não só um pouquinho das minhas palavras, mas um pouquinho dessa Jessica que se encontra escondida atrás do papel (ou da tela do computador).
Para começar publicarei uma poesia minha, uma que dentre muitas expressa melhor essa "Jessica do momento", cheia de novas idéias, novos sonhos, novos ideais e novas esperanças!

PS: Não posso deixar de agradecer aos amigos cojelistas por terem me "despertado" pra continuar melhorando sempre, mas dessa vez, essa poesia não vai para eles.

Porque não?

Me dá um abraço?
Porque não?
Eu quero um abraço!

Fica comigo?
Porque não?
Tenho tanto medo!

Me faz um carinho?
Porque não?
Me sinto tão só!

Conversa comigo?
Porque não?
É só desabafar!

Me olha nos olhos?
Porque não?
Quero saber quem você é!

Me leva contigo?
Porque não?
Quero descobrir um lugar melhor!

Me beija na boca?
Porque não?
Quero saber seu gosto!

Me faz teu amigo?
Por que não?
Quero que me confies segredos!

Me deixe ao seu lado?
Porque não?
Quero participar da sua vida!

Me cante uma música?
Porque não?
Quero ter uma que me lembre você!

Me ame e pra sempre?
Porque não?
Quero me sentir completo!

Receba esse poema?
Porque não?
Quero me traduzir a você!

(Jessica Lobato)