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domingo, 2 de maio de 2010

Porque cada um enxerga de uma forma




Não se sabe quem arranhou o disco
Não se sabe quem rasgou o jornal
Não se sabe quem esqueceu a TV ligada
Não se sabe quem trocou o canal.

Não se sabe quem largou a vela acessa
Não se sabe se quem mudou a estação
Não se sabe onde está aquele pé de meia
Não se sabe se é problema ou é solução.

Não se sabe quem ascendeu o cigarro
Não se sabe quem mordeu aquele pão
Não se sabe se pula amarelinha ou joga baralho
Não se sabe se encara a situação

Não se sabe se é drama ou é novela
Não se sabe se ama ou gosta não
Não se sabe se apaga ou ascende a vela
Não se faz uma observação

Não se sabe quem chamou aquele silêncio
Não se sabe se é nuvem ou algodão
Não se sabe se chora ou deixa o vento
Tomar conta de toda a emoção

Não se sabe lavar roupa suja
Não se sabe comprar na liquidação
Não se sabe quem falou aquela frase
E começou a recordação

Não se sabe quem matou o seu vizinho
Não se sabe quem começou a contradição
E se diz que tudo é no mesmo caminho
Mas se anda pela contramão

Não se sabe quem escorregou e caiu
naquele verão
domingo no parque.

Não se sabe se o que digo faz algum sentido
Não se sabe se é profundo
ou é só bobagem

Não se sabe o que diz
Não se sabe o que fala
Não se sabe o que conta
Não se sabe e não se inventa nada

Não se sabe como se para a palavra
Não se sabe pra onde vai o dinheiro
Não se acha
E não se procura nada

Não se sabe se o saber vale alguma coisa
Mas se sabe que o tentar de algo vale
Não se sabe do amanhã e do seu destino
Mas se sabe que o presente tá se construindo

E algo mais se deve saber...